domingo, 12 de junho de 2011

O que há por trás de uma verdadeira lenda

Marcella M. Oliveira

13/6/2011 Um dos cineatas mais comentados, biografados e reverenciados da história do cinema mundial foi um homem aparentemente carrancudo e grande amante das artes, dos animais e dos suspenses, gênero em que se destacou. Alfred Hitchcock já foi tratado como artesão, mero empregado dos estúdios de sua época, mas também elevado à condição de gênio, grande autor e competente diretor de filmes.

Ao contrário de diversos diretores, que estão preocupados com orçamento, lucros e números, Hitchcock manteve sua vida dentro da camera, preocupado com o que seu público estava assistindo. Para ele, decidir o enquadramento da filmagem era mais importante que discutir o orçamento, e essa é a razão de suas obras serem populares, mas ao mesmo tempo, sofisticadas e únicas.

Nascido na Inglaterra, em 1899, Sir Alfred Joseph Hitchcock recebeu uma rígida educação jesuíta de seus pais. Seus planos eram de ser engenheiro. Porém, ainda jovem, começou a desenhar legendas de filmes mudos numa produtora londrina. Na década de 20, trabalhou como assistente de direção e montador.

Em 1925, conseguiu montar seu primeiro filme, nunca concluído, intitulado “The Pleasure Garden”. No ano seguinte, assinou “The Lodger”, uma obra com Jack, o Estripador, e daí em diante, não parou mais e alçou novos voos.



Durante mais de duas décadas em Londres, Hitchcock foi levado pelo produtor David Selznick para os Estados Unidos, e lá, o aclamado diretor londrino pôde conhecer o que era realmente Hollywood. E Hollywood pôde conhecer um homem que, calado, observador metódico, tornou-se conhecido como “O Senhor do Suspense e do Mistério”.

Com “Rebecca”, ganhou um Oscar e pôde se afirmar como um cineasta capaz de extrair bons filmes sem argumentos convincentes, devido à maneira como filmava e os roteiros bem elaborados. Provas deste fato são suas obras mais famosas: “Psicose”, “Vertigo”, “Janela Indiscreta”, “Os Pássaros” e “Disque M para Matar”. Quem seria capaz de negar a genialidade do londrino nas escolhas de cenários, ângulos para filmagens e do elenco? Todos sabiam que Hitchcock interferia até mesmo na escolha dos atores, e Cary Grant e Grace Kelly foram exemplos disso, uma vez que participaram de mais de um filme do diretor.

O estilo de Hitchcock, baseado em realismo e ação, proporcionava uma construção diferenciada de personagens e finais inusitados. Isso mostrou sua criatividade na narrativa visual, copiada e admirada por tantos diretores de cinema contemporâneos e de sua época. Porém, por mais que as tentativas fossem boas, ninguém conseguiu atingir o patamar de Hitchcock, que morreu em 1980 e deixou um legado de mais de 100 filmes para seus fãs, críticos, admiradores, e, principalmente, sonhadores. (PN)

Aparições do diretor em seus próprios trabalhos

Mostra de Hitchcock acontece no Rio de Janeiro

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